sexta-feira, 27 de julho de 2012

IL MIGLIOR RISOTTO POMODORI SECCHI



Não é novidade para ninguém meu prazer em fazer e saborear risotos. Acho que o risoto é uma preparação que admite adaptações e inovações, apesar da base ser mais ou menos a mesma para todas as variações. A seguir apresento para o deleite e julgamento de todos meu melhor risoto de tomate seco.

INGREDIENTES:


  • 500 g de arroz arbóreo; 
  • 200 g de tomate seco; 
  • 100 g de manteiga;
  • 250 g de parmesão ralado;
  • 01 lata de tomate pelado;
  • 01 xícara de chá de vinho branco;
  • 01 unidade de cebola picada;
  • 01 dente(s) de alho esmagado;
  • 100 g de bacon;
  • 01 l de caldo de legumes;
  • Azeite quanto baste;
  • Sal e pimenta do reino negra a gosto. 

PREPARO:

Aqueça uma panela em fogo alto adicione um fio de azeite e frite o bacon. Refogue a cebola e o alho e depois adicione a lata de tomate pelado.

Coloque então o arroz, mexa e o deixe fritar até que que ele adquira uma coloração translúcida. Pare de mexer, adicione o vinho e espere evaporar. Acrescente então junto com a primeira xícara do caldo o tomate seco picado. Tempere com sal e pimenta do reino negra a gosto durante a cocção. Continue adicionando o caldo aos poucos e mexendo sem parar por aproximadamente 25 minutos, até que o arroz esteja al dente. 

Neste ponto desligue o fogo e adicione a manteiga para dar cremosidade e brilho ao risoto. Depois de pronto, acrescente o queijo. 

A combinação da rúcula com tomate seco é um clássico. Se quiser você pode servir o risoto em um leito de rúcula...

A técnica do risoto explora as propriedades especiais de algumas variedades de arroz, basicamente arbóreo e canaroli. Ao cozinhá-los, o amido é liberado, produzindo a cremosidade. O arroz arbóreo, é mais fácil de ser achado no mercado e de atingir o ponto certo. O canaroli demora um pouco mais para cozinhar e, por isso, tende a absorver mais o sabor do ingrediente usado.

O bom risoto deve seguir os seguintes preceitos: pouca manteiga e óleo  no início, o líquido usado e o arroz devem estar sempre ferventes, ser mexido constantemente, manteiga fria e queijo para finalizar. Deve ser servido imediatamente.

As especiarias podem ser usadas para dar sabor, pois elas liberam aroma em infusão. Já as ervas devem ser usadas apenas no final da cocção para não perderem aroma e textura. Sal e pimentas sempre entram de acordo com o gosto da pessoa.







Para harmonizar utilizei um vinho da nova fronteira vinícola: o Phambili. Um Vinho Sul-africano, produzido com as castas Pinotage e Viognier, de cor vermelho vivo e aroma floral, com toques de café e taninos macios, com boa acidez. e redondo na boca.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

CARBONARA QUASE CLÁSSICO

Em receita postada em 23 de Fevereiro de 2012, conversamos um pouco sobre o macarrão alla carbonara, suas origens e preparo. Mas na ocasião fiz, para inventar (rs), uma receita de risoto tipo carbonara...

À pedido de alguns amigos vai a receita do macarrão a carbonara quase clássico, fiz umas pequenas adaptações que não descaracterizam o prato. Convido vocês a tentarem...

INGREDIENTES:

  • 500 g da massa de sua preferência (usei o linguine, como de costume); 
  • 150 g de bacon; 
  • Sal e pimenta do reino a gosto; 
  • 150 g de queijo parmesão fresco; 
  • 150 ml de creme de leite fresco; 
  • 02 ovos; 
  • Azeite quanto baste. 

PREPARO:

Cozinhe a massa em uma panela com água fervente e sal. Corte o bacon em pedacinhos e coloque-o na frigideira, para fritar, quando ficar crocante, retire-o e reserve.

Rale o queijo e junte o creme de leite fresco. Mexa com uma colher, adicione os ovos e tempere com sal e pimenta. mexendo sempre. Reserve

Depois de cozida a massa, escorra-a numa vasilha. Regue com um pouco de azeite para a massa não colar e adicione o molho de creme de leite e ovos, para que o próprio calor residual da massa cozinhe-os.

Finalize salpicando o bacon, algumas folhas de manjericão fresco e pimenta do reino a gosto.

LOMBO DE PORCO AO MOLHO DE CABERNET SAUVIGNON E COM BATATAS BRAVAS

A receita a seguir é uma criação minha. A carne suína é uma das minhas preferidas. Seu paladar único é um convite para harmonizações...

Optei nesta receita por fazer o lombo suíno com acompanhamento de um molho a base de uma geléia de uvas cabernet sauvignon e acompanhados das chamadas batatas bravas!!! Batatas picantes, temperadas com páprica.

INGREDIENTES:

  • Lombo de porco ( peça de +/- 01 kg);
  • 300 g de batatas inglesas;
  • 02 cebolas picadas;
  • 02 dentes de alho picados;
  • 200 g de geléia de uva tipo cabernet sauvignon (caso não encontre qualquer geléia de uva ou até mesmo de jabuticaba, pode ser utilizada);
  • Suco de 1/2 limão siciliano;
  • 200 ml de vinho tinto de cabernet sauvignon de boa qualidade;
  • Azeite quanto baste;
  • Uma colher de sopa de manteiga;
  • Sal e pimenta do reino branca e escura  a gosto;
  • Páprica a gosto;
  • Alecrim seco a gosto;
  • Açúcar quantidade necessária.
PREPARO:


Tempere de véspera, a peça de lombo com uma mistura de sal, pimenta do reino branca e e escura, as cebolas, o alho, o alecrim seco e o azeite, e o deixe marinando por cerca de oito horas para que ele absorva os sabores. No dia seguinte aqueça uma frigideira em fogo alto e sele todos os lados da peça de lombo. 

Leve-ao forno por cerca de trinta a quarenta minutos, com o caldo da marinada e recoberta por papel alumínio. Assim que ela estiver assada retire o papel alumínio e polvilhe com um punhado de açúcar apenas para que caramelize e toste, por cerca de mais vinte minutos. Estes tempos dependem do forno de cada um, por isso mantenha-se atento para que o lombo ou não asse ou asse demais e resseque. Reserve.
Lave as batatas e corte-as em pedaços médios. Aqueça uma frigideira com a manteiga e com um fio de azeite e salteie as batatas, temperando com sal, pimenta do reino escura, o alecrim e a páprica. A quantidade de páprica depende do quanto você quiser que fique picante a receita... Prove para descobrir!!! Mas é sempre melhor ir adicionando aos poucos à medida que você salteia. Reserve.

Em uma panela coloque a geléia, o suco do limão siciliano, o vinho e uma pitada de sal e pimenta do reino escura. Deixe levantar fervura e espere sua redução. Sirva o molho por sobre as fatias de lombo e sirva junto com as batatas. Utilizei folhas de hortelã para decorar e para dar também um frescor ao prato.


Harmonizei com um vinho sardo em homenagem às raízes paternas!!!



sábado, 14 de julho de 2012

LE MARIAGE DE L'ARGILE

Todo homem deve ter sua vida centrada em alguns pilares e a família é o maior deles... Sou muito grato aos meus pais pela formação que me deram e hoje sou um fã incondicional da minha esposa, que é, ao mesmo tempo em uma só, amante, companheira e mãe...  

Não, vocês estão no blog correto, não estou falando de auto-ajuda, estou apenas utilizando este espaço para uma declaração de amor para o dia em que comemoramos, além do aniversário dela, oito anos de um casamento feliz e estruturado em respeito mútuo e no amor... O resultado: minhas duas pequenas princesas...

Mas como lugar de homem é na cozinha, para comemorar fiz o muito, muito, mas muito bom mesmo "Le Mariage de L'Argile", que assim foi chamado porque alguém me disse que oito anos de casado são comemorados como bodas de barro...

Mas vou contar um segredo... Apesar do nome rebuscado, a receita se trata de um bobó de camarão...

INGREDIENTES (para seis a oito pessoas):
 
  • 01 Kg de camarões frescos ;
  • 01 Kg de mandioca; 
  • 01cebola cortada em rodelas e 02 cebolas raladas ;
  • 01 folha de louro ;
  • 02 vidros de leite de coco de 200 ml cada;
  • 01 maço de cheiro verde picado ;
  • 02 latas de molho pronto de tomate 
  • 02 pimentões verdes bem picadinhos ;
  • 02 colheres de sopa de azeite de dendê ;
  • Quanto baste de sal e pimenta do reino;
  • 03 dentes de alho picados e amassados; 
  • Suco de 1 limão ;
  • Azeite quanto baste;


MODO DE PREPARO
Lave os camarões e tempere com sal, alho, pimenta e limão e deixe marinar por pelo menos trinta minutos.
Cozinhe a mandioca cortada em pedaços, em uma panela com água com uma pitada de sal, com louro e com a cebola em rodelas . Quando estiver cozida, retire-as  acrescente um vidro de leite de coco, deixe esfriar um pouco e bata no liquidificador ou no processador.
Em uma panela esquente o azeite de oliva, junte a cebola ralada e deixe dourar.  Acrescente os camarões e frite. Adicione as duas latas de molho de tomate, o cheiro verde, o pimentão e deixe levantar fervura.
Junte na mesma panela a mandioca batida no liquidificador, outro vidro de leite de coco e o azeite de dendê. Assim que  levantar fervura estará pronto.

Foi servido com arroz branco e uma pimenta chilli, que não foi apenas decorativa...

Por fim, meu bem te amo...


SALVE A BAIXA GASTRONOMIA


Isaac Newton já dizia em sua terceira lei que "A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade". 

Não é preciso ser nenhum gênio para constatar que qualquer tendência gera uma contra-tendência. É Yin e Yang, que contemplam opostos como elementos da plenitude. É quase gerar o caminho do meio dos budistas.

Logo para se opor a glamourização da comida, vem crescendo uma tendência para a baixa gastronomia...

Este termo é apenas para diferenciar da alta cozinha e dita baixa também  porque os personagens não serão grandes chefs ou restaurantes estrelados. 

As comidas abordadas serão aquelas altamente saborosas, bem servidas e com custo/benefício vantajoso. Muita fartura, e nada de trufas brancas, ostras ou caviar...

Esse tipo de alimentação sempre esteve meio à margem da sociedade gastronômica, você, provavelmente, não conhece nenhum chefe que ficou famoso por preparar sua incrível porção de bolinho de aipim com carne seca. Mas agora as coisas mudaram, uma verdadeira horda de novos famintos está invadindo os tradicionais redutos da boemia, e conferindo aos petiscos de boteco o status de baixa gastronomia.
É sempre difícil definir quando, como e porque esses modismos começam, de repente você percebe uns indícios aqui, uma tendência ali e quando se da conta já é moda, ou como dizem agora, hype...

Eu gosto de boa comida ...Alta ou baixa tanto faz!!! O importante é o sabor... 

Desta vez não vou descrever receitas e sim uma combinação... Daquelas cujo gosto me lembra o interior e que aqui em Minas inspiraram uma série de pratos famosos presentes nos recantos boêmios de BH...

Baixa gastronomia a Petits Plaisirs...

  • Arroz branco;
  • Feijão;
  • Ovo frito;
  • Chuchu com carne moída;
  • Salada de tomate;
  • Tudo regado com um bom azeite e temperado com pimenta-do-reino.
Para harmonizar... Cachaça...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

FEIJOADA À MODA PETITS PLAISIRS

Em 17 de Janeiro de 2012 postei, a pedido de grande amigo a receita da feijoada, mas fiquei devendo sua preparação. Não mudei em nada a receita que postei. O resultado está a seguir à disposição para o deleite de todos...
Ah... antes que me esqueça, algumas curiosidades a respeito deste patrimônio brasileiro que tirei do Portal São Francisco (http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-feijoada/historia-da-feijoada.php#ixzz20YdWYnoe).

"... Convencionou-se que a feijoada foi inventada nas senzalas. Os escravos, nos escassos intervalos do trabalho na lavoura, cozinhavam o feijão, que seria um alimento destinado unicamente a eles, e juntavam os restos de carne da casa-grande, partes do porco que não serviam ao paladar dos senhores. Após o final da escravidão, o prato inventado pelos negros teria conquistado todas as classes sociais, para chegar às mesas de caríssimos restaurantes no século XX.


Mas não foi bem assim.


A história da feijoada – se quisermos também apreciar seu sentido histórico – nos leva primeiro à história do feijão. O feijão-preto, aquele da feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os cronistas dos primeiros anos de colonização já mencionam a iguaria na dieta indígena, chamado por grupos guaranis ora comanda, ora comaná, ora cumaná, já identificando algumas variações e subespécies. O viajante francês Jean de Léry e o cronista português Pero de Magalhães Gândavo, ainda no século XVI, descreveram o feijão, assim como o seu uso pelos nativos do Brasil...


... O nome pelo qual o chamamos, porém, é português. Na época da chegada dos europeus à América, no início da Idade Moderna, outras variedades desse vegetal já eram conhecidas no Velho Mundo, aparecendo a palavra feijão escrita pela primeira vez, em Portugal, no século XIII (ou seja, cerca de trezentos anos antes do Descobrimento do Brasil)...


... nem só de feijão viviam os homens. Os indígenas tinham uma dieta variada, e o feijão nem mesmo era o seu alimento preferido. Os escravos também comiam mandioca e frutas, apesar da base do feijão. Mas há o problema da combinação de alimentos, também levantado por Câmara Cascudo na sua belíssima História da Alimentação no Brasil. Havia, na Época Moderna, entre os habitantes da colônia (sobretudo os de origem indígena e africana), tabus alimentares que não permitiam uma mistura completa do feijão e das carnes com os outros legumes. Entre os africanos, aliás, muitos de origem muçulmana ou influenciados por esta cultura, havia interdição do consumo da carne de porco. Como, afinal, poderiam fazer nossa conhecida feijoada?

Na Europa, sobretudo na Europa de herança latina, mediterrânica, havia – e há, informa Cascudo – um prato tradicional que remonta pelo menos aos tempos do Império Romano. Consiste basicamente em uma mistura de vários tipos de carnes, legumes e verduras. Há variações de um lugar para o outro, porém é um tipo de refeição bastante popular, tradicional. Em Portugal, o cozido; na Itália, a casoeula e o bollito misto; na França, o cassoulet; na Espanha, a paella, esta feita à base de arroz. Essa tradição vem para o Brasil, sobretudo com os portugueses, surgindo com o tempo – na medida em que se acostumavam ao paladar, sobretudo os nascidos por aqui – a idéia de prepará-lo com o onipresente feijão-preto, inaceitável para os padrões europeus. Nasce, assim, a feijoada.

O que se sabe de concreto é que as referências mais antigas à feijoada não têm nenhuma relação com escravos ou senzalas, mas sim a restaurantes freqüentados pela elite escravocrata urbana. O exemplo mais antigo está no Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1833, no qual o Hotel Théâtre, de Recife, informa que às quintas-feiras seriam servidas “feijoada à brasileira” (referência ao caráter adaptado do prato?). No Rio de Janeiro, a menção à feijoada servida em restaurante – espaço da “boa sociedade” – aparece pela primeira vez no Jornal do Commercio de 5 de janeiro de 1849, em anúncio sob o título A bela feijoada à brasileira: “Na casa de pasto junto ao botequim da Fama do Café com Leite, tem-se determinado que haverá em todas as semanas, sendo às terças e quintas-feiras, a bela feijoada, a pedido de muitos fregueses. Na mesma casa continua-se a dar almoços, jantares e ceias para fora, com o maior asseio possível, e todos os dias há variedade na comida. À noite há bom peixe para a ceia.”
Hoje em dia não há apenas uma receita de feijoada. Pelo contrário, parece ser ainda um prato em construção, como afirmou nosso folclorista maior no final dos anos 1960. Há variações aqui e acolá, adaptações aos climas e produções locais. Para Câmara Cascudo, a feijoada não é um simples prato, mas sim um cardápio inteiro. No Rio Grande do Sul, como nos lembra o pesquisador Carlos Ditadi, ela é servida como prato de inverno. No Rio de Janeiro, vai à mesa de verão a verão, todas as sextas-feiras, dos botecos mais baratos aos restaurantes mais sofisticados. O que vale mesmo é a ocasião: uma comemoração, uma confraternização, a antecipação do fim-de-semana no centro financeiro carioca, ou até mesmo uma simples reunião de amigos no domingo.

Um cronista brasileiro da segunda metade do século XIX, França Júnior, chegou a dizer mesmo que a feijoada não era o prato em si, mas o festim, a patuscada, na qual comiam todo aquele feijão. Como na Feijoada completa de Chico Buarque: “Mulher / Você vai gostar / Tô levando uns amigos pra conversar”. O sabor e a ocasião, portanto, é que garantem o sucesso da feijoada. Além, é claro, de uma certa dose de predisposição histórica (ou mítica) para entendê-la e apreciá- la, como vêm fazendo os brasileiros ao longo dos séculos.

Bibliografia

  • CASCUDO, Luís da Câmara. História da Alimentação no Brasil. 2a edição. Belo Horizonte; São Paulo: Ed. Itatiaia; Ed. da USP, 1983 (2 vols.). 
  • DITADI, Carlos Augusto da Silva. “Feijoada completa”. in: Revista Gula. São Paulo, no 67, outubro de 1998. 
  • DÓRIA, Carlos Alberto. “Culinária e alta cultura no Brasil”. in: Novos Rumos. Ano 16, no 34, 2001. "





quinta-feira, 5 de julho de 2012

FRITTATA DI MACCHERONI

A frittata é uma especialidade da culinária italiana. A palavra frittata palavra deriva de  fritto, o particípio passado de "fritar" (friggere), e era originalmente um termo geral para cozinhar ovos em uma frigideira. Em vez de ser produzida em forma de folha como o resto das tortilhas à frittata é aberta e são adicionados temperos e acompanhamentos no topo, podendo também ser preparada semelhante à tortilha espanhola.

Uma das preparações mais utilizadas é a Frittata di Cipolle que é um prato com base na tradição popular italiana e é composto de cebola, preferivelmente branca, e fritas em muito azeite, ovo, sal, queijo derretido e pimentas. A frittata di Cipolle é um prato de pessoas humildes no século passado foi consumido pelos trabalhadores durante o dia. Hoje é acompanhado com ingredientes diferentes e podem ser degustadas em quase todo o restaurante na Itália.
Basicamente existem  quatro principais diferenças com  um omelete convencional : há sempre pelo menos um ingrediente opcional num frittata e tais ingredientes são combinados com a mistura de ovo batido enquanto os ovos estão ainda crus, ao invés de serem colocados sobre a mistura cozida, antes de ser dobrada, como no omelete convencional. 


Segundo, os ovos para a fritatta podem ser batidos vigorosamente para incorporar mais ar do que nos omeletes tradicionais o que permite um maior enchimento de ar e logo um resultado mais macio.


Em terceiro lugar, a mistura é cozida em fogo muito baixo, mais devagar do que uma omelete, por pelo menos dez a quinze minutos,  e então ela é virada e não dobrada.

Por fim, ao contrário de um omelete, que geralmente é servido inteiro para um jantar simples, uma fritatta é normalmente dividido em fatias. Pode ser servido quente ou frio, acompanhado por saladas frescas, pão, feijão ou azeitonas.

Em um post de Janeiro de 2012, apresentei, minha versão, sem a receita completa que vai a seguir:


com vocês a estupenda Frittata di Maccheroni !!! Uma excelente opção para aproveitar aquele espaguete e aqueles legumes que "sobraram" na geladeira...


INGREDIENTES:


  • Seis ovos;
  • 300 g de espaguete já cozido;
  • 01 tomate italiano picado;
  • 01 cebola picada.;
  • 1/2 pimentão amarelo, 1/2 pimentão amarelo e 1/2 pimentão verde picados
  • Tomilho seco;
  • Azeite quanto baste;
  • Sal e pimenta do reino a gosto.


PREPARO:

Quebre os seis ovos em uma vasilha, adicione o espaguete, o tomate, os pimentões, a cebola, o tomilho, tempere com sal e pimenta do reino a gosto e bata bem.

Aqueça uma frigideira com um fio de azeite e adicione a mistura batida e deixe fritar por cerca de dez a quinze minutos. Quando as laterais estiverem soltas e o fundo já frito, vire toda a fritatta e deixe por no máximo mais cinco minutos.

Retire e sirva a seguir. Finalizei com algumas linguiças calabresas e bacon frito por sobre ela, apenas para agregar sabor!!!




BIFE DE TIRA DE PICANHA FABULOSO

A Picanha é um tipo de corte de carne bovina tipicamente brasileira. A origem do nome Picanha vem de uma vara comprida utilizada pelos boiadeiros do Rio Grande do Sul e Mato Grosso para tocar o gado. Esta vara, chamada picana (em espanhol), possuía um ferrão na ponta e servia para picar o gado na parte posterior da sua região lombar. Com o passar do tempo esta região do animal passou a ser chamada picana e posteriormente picanha. Mas sua preparação não precisa ficar restrita àquelas rotinas de botecos e churrascarias, que eu até gosto bem, mas um pouco de sofisticação não faz mal...



INGREDIENTES:
  • Uma peça de picanha de boa qualidade (bem marmorizada com cerca de 1,2 a 1,5 kg de peso);
  • 250 g Cogumelo Paris; 
  • 400 g de creme de leite fresco; 
  • 150 g queijo parmesão ralado; 
  • Azeite extra-virgem; 
  • 2 Cebolas grandes; 
  • 2 Dentes de alho; 
  • Sal, pimenta do reino escura e branca a gosto;
  • Noz Moscada;
  • 200 ml de vinho branco;

PREPARO:

Coloque a peça com a gordura voltada para cima sobre uma boa tábua de carne e corte a ponta do triângulo da picanha . Em seguida, corte perpendicularmente as duas laterais da picanha, deixando inteiro apenas o miolo da peça. Corte então o miolo em tiras . Se for necessário apare ainda a gordura excedente (o ideal é apenas 1 dedo de espessura) e irregularidades do miolo para dar uma aparência mais simétrica à peça. Pincele a carne com uma fina camada de azeite e polvilhe com o sal e as pimentas do reino escura e branca a gosto. Leve-as à grelha pré-aquecida por cerca de oito a dez  minutos de cada lado, ou até que surja sangue no lado que não está em contato com a grelha.

Lave os cogumelos Paris e limpe-os retirando a pele e reserve. Em uma panela, forre o fundo com azeite e refogue as cebolas e o alho. Acrescente o creme de leite, a pimenta do reino branca e a noz moscada a gosto. Misture também 100 g de queijo parmesão ralado e deixe o molho levantar fervura. Adicione então os cogumelos e o vinho branco, mexa e deixe reduzir.

Finalizei o prato com folhas de salsinha...





SALADAS

As saladas são preparações culinárias compostas por vários alimentos diferentes, crus ou não, muitas vezes com cores contrastantes e geralmente servidas e comidas frias.

A palavra salada vem do latim, significando " salgado", referindo-se ao tempero que pode ser o único elemento extra da combinação.

Existem basicamente dois tipos de saladas sendo que as preparações são variações destes padrões:

  • As saladas à base de vegetais crus, normalmente com folhas verdes, por exemplo, de alface, agrião, chicória, ou outras e tomate, rabanete, pepino, podendo levar ainda nozes ou outras frutas secas e temperadas com um molho não cozido, à base de azeite, ou outro óleo, e vinagre ou sumo de limão; 

  • As saladas à base de batatas cozida, ou por vezes arroz ou massas alimentícias,  misturadas com outros vegetais crus, podendo conter pequenos pedaços de carne ou peixe e temperadas com um molho  processado, tipo a base de maionese (por exemplo, a tradicional salada de atum).

Historicamente, a utilização das saladas parece ter se difundido pelo cultura gastronômica mundial, a partir dos países Mediterrâneos. Devido ao seu clima ameno, a bacia mediterrânica é extremamente rica em variedades de plantas, legumes e verduras , com sabores e cores muito variadas, que os povos que ali vivem aprenderam a utilizar criativamente na sua alimentação. Os citrinos, as azeitonas e as uvas, por exemplo, são frutas típicas desta região, assim como várias ervas aromáticas como a salsa, a hortelã e muitas outras.

Desde a simples salada grega, de pepino com iogurte, até às elaboradas saladas italianas com vários tipos de verduras, queijos e nozes , temperadas com azeites e vinagres aromatizados, as saladas são provavelmente o alimento mais importante no verão, e servidas quase sempre para contrastarem com o sabor mais carregado de especiarias de outros pratos.

Os legumes recheados e assados no forno ou na brasa são outra especialidade desta região, principalmente os tomates e pimentões, pois aceitam uma grande variedade de recheios.

As saladas tinham pouco lugar de destaque à mesa do brasileiro. As únicas receitas conhecidas incluíam hortaliças cruas e picadas, temperadas com sal, azeite e vinagre. Foi só com a chegada da família real, em 1808, que as saladas com inspiração francesas passaram a ser imitadas pelas cozinheiras locais. 

Apresentarei duas de minhas versões... Não existem limites para as combinações, apenas a imaginação de quem cria...


LA SALADE - INGREDIENTES:

  • 01 molho de alface;
  • 15 unidades de tomate cereja;
  • 01 vidro de pimentões assados em conserva;
  • 100 g de queijo ( utilizei o Gouda porque o tinha guardado mas sugiro qualquer um de consistência menos firme);
  • Suco de 1/2 limão siciliano;
  • Azeite quanto baste;
  • Sal e pimenta do reino a gosto.


PREPARO:

Pique grosseiramente o alface e corte os tomates em cruz, misture-os, adicione o suco do limão siciliano e reserve. Corte o queijo em fatias e as coloque dentro dos pimentões, leve-os à uma frigideira aquecida com um fio de azeite e deixe que os mesmos fiquem no máximo dois minutos de cada lado, o suficiente para deixar o queijo com uma textura cremosa.
Disponha os pimentões na travessa que serão servidos, coloque o alface com os tomates por sobre os mesmos, regue com uma quantidade de azeite, tempere com sal e pimenta do reino a gosto e sirva.





IL PENNE MOLTO BUONA - INGREDIENTES:


  • 01 molho de alface;
  • 15 unidades de tomate cereja;
  • 500 g de penne grano duro;
  • Creme de vinagre balsâmico;
  • Suco de 1/2 limão siciliano;
  • Azeite quanto baste;
  • Sal e pimenta do reino a gosto.

PREPARO:

Pique grosseiramente o alface e corte os tomates em cruz, misture-os, adicione o suco do limão siciliano e reserve.
Cozinhe o penne em panela com água fervente e sal até que o mesmo fique al dente. Escorra e reserve.
Misture os ingredientes na vasilha que será servida, regue com uma quantidade generosa de azeite, tempere com sal e pimenta do reino a gosto, finalize com o creme  balsâmico.




domingo, 1 de julho de 2012

POLENTA CON SALSA BOLOGNESE E ZUCCHINE



A polenta tem origem na região norte da Itália. Constituía a base alimentar da população e dos legionários romanos. Era feita principalmente de farinha de aveia, mas podiam ser utilizadas farinhas de outros cereais como o trigo. Após a colonização americana pelos espanhóis o milho Pouco foi introduzido na Europa

Na Itália, o milho passou a ser cultivado primariamente no norte, onde as chuvas são abundantes. A partir de então é que a polenta passou a ser feita de farinha de milho. A polenta de milho tornou-se o principal prato nas regiões de Veneza e Friuli, onde passou a substituir o pão (feito com trigo) e o macarrão. Inicialmente restrita a essas regiões, em pouco tempo a polenta passou a dominar todos os aspectos da culinária italiana.

Sua textura varia bastante, de firme nas regiões de Veneza e Friuli a cremosa na região de Abruzzi. A polenta sempre foi feita da mesma forma: com bastante esforço e paciência, misturando a pasta de milho em caldeirões de cobre, aquecidas sob o fogo.  Pode ser servida mole, dura, grelhada ou frita. Pode ainda ser recheada com uma miríade de molhos ou outros ingredientes, acrescentados enquanto ela ainda está mole.

Antes da chegada de imigrantes italianos, já se consumia no Brasil uma forma de polenta de milho denominada angu que pode ter a consistência de uma polenta firme ou cremosa, mas que nunca era grelhado ou frito.


Para Gilberto Freire o angu é mais que um prato típico, é um elemento decisivo na formação do Brasil. A tradicional pasta de farinha de milho cozida com água, era prática, barata, rápida, nutritiva e combinava com quase todas as guarnições. 

No inicio servia como “ração” para os negros da senzala, com o tempo foi ganhando implementos até cair no paladar dos nobres da corte. Debret em sua visita ao Brasil achou o angu uma iguaria “suculenta e gostosa” e em seus relatos descreve com pormenores o feitio do prato pelas negras que vendiam nas ruas:

“a iguaria que chamam angu compõe-se de diversos pedaços de carne aos quais se juntam banham de porco, azeite dendê, quiabos, folhas de nabo, pimentão, salsa, cebola, louro, salva e tomates...essa comida, eminentemente popular, também servia à mesa dos ricos. É de observar, de resto, que os quitutes africanos muita influência tiveram na alimentação do brasileiro branco."

Os negros comiam as sobras. Para eles eram dadas medidas semanais de farinha, feijão e peças de carne seca com as quais deveriam passar. Dos porcos eram dados os miúdos e partes menos nobres que eles cozinhavam com feijão engrossado com farinha. Graças ao cheiro irresistível dos cozidos muitos pratos subiram da senzala para a cozinha branca. Miúdos com feijão, protótipo da feijoada, o caldo encorpado do quiabo, jiló, a canjiquinha, o mugunzá, o dendê, todos vieram para na mesa do senhor pela a sugestão da mucama. Mas nenhum fez e faz tanto sucesso quanto o angu.

Antigamente considerada "comida de pobres", a polenta ou o angu,  hoje é usada em diversas casas e restaurantes, sem essa conotação.

Esta é minha versão, baseada na que minha mãe me ensinou... Acompanhei com um molho tipo bolonhês, com carne moída e algumas especiarias, e abobrinha refogada na manteiga.

Petits plaisirs...

INGREDIENTES (do angu):

  • 500g de fubá;
  • 06 xícaras (chá) de água;
  • 01 cubo de caldo de galinha;
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto.


(do molho):

  • 500 g de carne moída;
  • 01 abobrinha picada;
  • 01 cebola média picada;
  • 02 dentes de alho espremidos;
  • 01 talo pequeno de salsão picado;
  • 01 colher de sobremesa de colorífico;
  • 01 pitada de canela;
  • Tomilho seco a gosto;
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto;
  • Salsinha e cebolinha quanto baste;
  • Azeite e manteiga quanto baste.

PREPARO:

Desmanche o fubá em 2 xícaras de chá  de água fria.  Leve uma panela com o restante da água para ferver junto com o cubo de caldo de galinha. A panela deve ter preferencialmente um fundo mais grosso.   Abaixe o fogo, acrescente o fubá dissolvido e mexa sem parar. Como a receita original é da minha mãe, faço como ela, uso colher de pau... Cozinhe até ficar uma consistência mais densa que um creme, de forma que após esfriar possa partir. Verifique o sal e a pimenta-do-reino. Reserve.


Refogue a cebola, o alho e o salsão, assim que eles estiverem translúcidos adicione a carne. Tempere com uma pitada de canela e um pouco de tomilho, sal e pimenta do reino. Por fim adicione o colorífico para ressaltar a cor. Use a salsinha e a cebolinha como complemento final.  Reserve.

Refogue a abobrinha picada em uma frigideira com manteiga, tempere com sal e pimenta a gosto.

Monte o prato, com o angu como base, colocando o molho de carne por cima e por fim a abobrinha...