sábado, 31 de agosto de 2013

BISTRONOMIA EM CASA

Segundo reportagem do Jornal do Comércio (Comida de bistrô) "... a  origem da palavra bistrô é uma polêmica. A teoria mais curiosa é de que ela viria da Rússia. Teria chegado à França em 1815, na ocupação de Paris pelos soldados russos, que chegavam aos restaurantes exigindo: “bystra!”, ou, na tradução, “rápido!”. Outros atribuem sua origem ao francês mesmo...

... etimologia à parte, é consenso que bistrô é um restaurante simples, onde se come rápido. “O bistrô clássico é comida rápida servida pela família. Feita com matéria-prima simples, que, sabendo prepará-la, gera pratos excelentes. Não há alta gastronomia em bistrô”, afirma Michel Vallandro, dono do Francesco Bistrô..."

Em Belo Horizonte, minha cidade, a "bistronomia" também tem ganhado grande espaço. A cultura de hospitalidade mineira casou-se perfeitamente com a comida de bistrô (Bistrôs aliam a sofisticação da culinária francesa à hospitalidade mineira).

Observador de tendências que sou, arrisquei fazer uma comida de bistrô para um almoço familiar. Aliei simplicidade com bons ingredientes, no lugar mais hospitaleiro que conheço: minha casa...

INGREDIENTES (para seis pessoas);

Para a carne:
  • 01 peça de cerca de 01 kg de maminha
  • 200 g de bacon defumado
  • Sal e pimenta do reino a gosto
  • Pimenta dedo de moça a gosto
  • Ervas de provence a gosto
  • 500 ml de cerveja tipo pilsen
  • 01 colher de café de curry
  • Azeite quanto baste
  • Pimenta rosa moída a gosto

Para a massa:
  • 500 g de tagliatele grano duro
  • 01 lata de tomate pelado
  • 200 g de muçarela
  • Sal e pimenta do reino a gosto
  • 01 cebola grande e dois dentes de alho picados
  • Azeite quanto baste
  • Água fervida salgada suficiente para cozinhar a massa


PREPARO:

Para que os sabores fiquem realmente fantásticos o preparo da carne deve começar na véspera com uma marinada. Claro que se você não tiver este tempo você poderá prepará-la no dia. Mas acreditem, a marinada faz com que os sabores penetrem na peça e ela fique muito mais saborosa e suculenta. Faça furos na peça de maminha e coloque nela os pedaços de bacon defumado. Tempere todos os lados da peça com sal e pimenta do reino a gosto. Regue com uma boa quantidade de azeite e coloque a peça em uma vasilha, com a cerveja, o curry, as ervas de provence e a pimenta dedo de moça picada. Deixe marinar por cerca de seis horas, virando a peça na metade do tempo.
Retire a peça da marinada e, em uma frigideira aquecida, sele todos os seus lados. Leve-a então para assar em forno médio, pré-aquecido, regando-a com o líquido da marinada. Ela deverá ser assada por cerca de 40 minutos, coberta inicialmente por papel alumínio, e depois por mais vinte minutos sem ele para que doure. Reserve a peça e coe o líquido do cozimento, reservando-o também.
A massa para o acompanhamento será um tagliatele ao pomodoro, simples. Ferva a água salgada e cozinhe a massa grano duro até que fique al dente. Reserve. Em uma panela aquecida com um fio de azeite, refogue a cebola e o alho, adicione a lata de tomate pelado, com estes bem picados, e complete com a mesma quantidade de água que couber na lata. Deixe levantar fervura. Tempere com sal e pimenta do reino a gosto. Deixe reduzir um pouco o volume e a seguir salteie a massa neste molho. Transfira-a para um recipiente que possa ser levado ao forno, disponha por sobre ela as fatias de muçarela  e leve ao forno baixo, apenas para gratinar, cerca de dez minutos.

Fatie a peça que foi reservada. Em uma outra panela, reduza o líquido do cozimento, que já foi coado, e o despeje por sobre as fatias para que os sabores sejam realçados.




O prato foi montado e finalizado com a massa no centro servindo como um leito para as fatias de carne dispostas sobe ela, regadas com o molho e salpicadas com pimenta rosa moída,.


RISOTTO DAS GERAIS


Risoteando...

Não sei se o verbo existe ou se acabei de criar um neologismo gastronômico. O fato é que sabidamente gosto da preparação de risotos. Inspirado em sabores da culinária local vai mais este pequeno mimo...

INGREDIENTES: (para seis pessoas):
  • 500 g de arroz arbóreo 
  • 200 g de queijode Mina meia cura picado em pedaços pequenos
  • 150 g de bacon
  • 01 cebola grande picada
  • 02 dentes de alho picados
  • 01 talo de salsão picado
  • 100 g de manteiga
  • 200 ml de vinho branco
  • 02 colheres de sopa de passata de tomates (ou 01 colher de sopa de extrato de tomate)
  • 01 litro de caldo de legumes fervido com uma colher de café de açafrão da terra
  • Sal e pimenta do reino a gosto
  • Pimenta rosa a gosto
  • Azeite quanto baste
  • Salsa desidratada a gosto
  • Crema de Modena a gosto
PREPARO:

A preparação de risotos é um processo que merece um grande cuidado, já que o sucesso e a queda andam muito próximos. Pode parecer simples, mas falta de cuidado pode arruinar aquilo que seria um prato espetacular. O duo cuidado e atenção são fundamentais para o sucesso.

Em uma panela com fio de azeite, frite o bacon picado em cubos. Reserve.

Na mesma panela, ainda bem aquecida e com o caldo resultante da fritura do bacon, refogue a cebola, o alho e o salsão picados. A seguir, coloque o arroz arbóreo e o refogue também até que ele mude de cor, ficando translúcido. Nesse momento inicie seu processo de cozimento adicionando o vinho branco. Espere até que seu conteúdo evapore, adicione a passata, ou o extrato de tomate, uma pitada de sal e a pimenta do reino e, a partir daí, vá adicionando o caldo de legumes, tomando o cuidado de  mexer sempre.

Antes da adição da última água do caldo, com o arroz ainda al dente, coloque os pedaços de banco e o queijo também picado. Misture. Corrija o sal e a pimenta do reino se necessário . Assim que o arroz esteja cozido, desligue o fogo e adicione a manteiga. Mexa para que ela se incorpore e agregue os sabores. Salpique com a pimenta rosa e salsa desidratada para finalizar.

Fiz uma pequena arte. Em homenagem às nossas montanhas, decorei o prato com o crema de Modena, copiando o formato delas...


THE GOLDEN RISOTTO

Alimento a preço de ouro...

O açafrão verdadeiro, resultado do processamento dos estigmas das flores de Crocus sativus, uma planta da família das Iridáceas, é a especiaria mais cara de todo mundo.

A planta tem aproximadamente um metro de altura, com folhas roxas e longas. A flor e seu revestimento externo são amarelados, purpúreos e vermelhos.

Fonte http://www.camolese.com.br/

Seu complexo e manual processo de extração e produção, além da grande necessidade de unidades da flor para produzir um quilograma da especiaria, são necessárias cerca de 100 mil flores para obtenção desta quantidade, fazem do açafrão um requinte e um pequeno tesouro culinário....

Dizem ser uma especiaria tão antiga como a escrita, constando registros  de seu uso da China ao Egipto, da Grécia à Roma. É uma especiaria de origem asiática, mas muito difundida na região mediterrânea, de onde começamos a prender a apreciá-la. Ele protagoniza vários pratos desta região, como a paella, e seu uso em molhos e aves.

Para usar este virtuoso ingrediente, optei por um risoto, The Golden Risotto! Comida de reis!

INGREDIENTES (para seis pessoas):
  • 500 g de arroz arbóreo do tipo Carnaroli
  • 200 g de lombo de porco defumado
  • 01 cebola grande picada
  • 02 dentes de alho picados
  • 01 talo de salsão picado
  • 100 g de manteiga
  • 200 ml de vinho branco
  • 01 litro de caldo de legumes fervido com uma pitada de pistilos de açafrão
  • Sal e pimenta do reino a gosto
  • Azeite quanto baste
  • Salsa desidratada a gosto

PREPARO:

Risoto =  cuidado + atenção. Ok? Eles precisam de seu cuidado e atenção...

Em uma panela com fio de azeite, frite o lombo de porco defumado, picado em cubos. Reserve.

Em uma outra panela também bem aquecida com um fio de azeite, refogue a cebola, o alho e o salsão picados. A seguir, coloque o arroz Carnaroli  e o refogue também até que mude de cor, ficando translúcido. Nesse momento inicie seu processo de cozimento adicionando o vinho branco. Espere até que seu conteúdo evapore e a  partir daí vá adicionando o caldo de legumes com açafrão, mexendo sempre. 

Antes da adição da última água do caldo, com o arroz ainda al dente, coloque os pedaços de lombo defumado reservado. Misture. Corrija o sal e a pimenta do reino. Assim que o arroz esteja cozido, abaixe o fogo e adicione a manteiga. Mexa  para que ele se incorpore e agregue os sabores. Desligue então o fogo e finalize com a salsinha desidratada salpicada.

O líquido resultante deste risoto é de uma cor que impressiona por sua vivacidade. O aroma e o sabor então...




segunda-feira, 19 de agosto de 2013

THE LADY AND THE TRAMP'S S SPAGHETTI

Ser pai de filhas é de longe meu maior prazer...

Há algum tempo deixei de assistir filmes ou desenhos que não contem histórias de amor ou de princesas. Recentemente comprei para elas uma edição especial em blu-ray do desenho A Dama e o Vagabundo. Clássico da década de 50 de Walt Disney, agora remasterizado, mas ainda com uma história envolvente.

Claro que a cena que mais que mais gosto é a cena do beijo... Não por causa do beijo dos "cãezinhos", mas devido ao local, uma típica trattoria italiana, com um emblemático prato, um espaguete ao sugo com almôndegas...

INGREDIENTES (para quatro pessoas):

Para as almôndegas e para o molho: 
  • Carne moída bovina500 gramas
  • 150 g de bacon
  • 02 ovos
  • 02 cebolas grandes 
  • 03 dentes de alho      
  • 01 molho de salsinha picada, 1 xícara de chá 
  • 03 colheres de sopa de farinha de rosca
  • Sal e pimenta do reino, a gosto 
  • 01 pitada de canela
  • 01 lata de tomate pelado
  • 01 colher rasa de colorífico
Para o espaguete: 
  • 500 g de espaguete grano duro
  • Água fervente com sal em quantidade suficiente para cozinhar a massa
  • Parmesão ralado a gosto
PREPARO:

Em um processador, ou liquidificador, adicione uma cebola, dois dentes de alho, parte da salsinha, a carne moída bovina e o bacon. Processe. Transfira o conteúdo processado para uma vasilha e adicione os dois ovos, sal e pimenta a gosto, a farinha de rosca e a canela. Misture tudo com as mãos até formar uma massa homogênea. Com uma colher de sobremesa retire porções e enrole as almôndegas.

Leve ao fogo uma panela com o óleo e deixe aquecer. Vá colocando, aos poucos, as almôndegas na panela para fritá-las bem rapidamente. Elas devem ganhar cor, mas permanecerem macias. Retire-as da panela e coloque-as em uma travessa com papel impermeável para retirar qualquer excesso de óleo.

Aqueça uma panela com um fio de azeite e refogue a cebola e o alho restantes. Adicione os tomates pelados picados, cerca de 200 ml de água e o colorífico. Deixe levantar fervura e acerte o sal e a pimenta. Lembre-se que as almôndegas já estão temperadas. Acrescente então as almôndegas já prontas.

Para preparar o espaguete leve ao fogo uma panela grande com água já salgada e deixe ferver. Cozinhe o macarrão al dente. Transfira o espaguete para a panela com o molho e misture bem. Salpique com o parmesão ralado e com o restante da salsinha, sirva regado com um bom azeite.


SPAGHETTI AL POMODORO


A palavra Pomodoro, vêm do Italiano e significa tomate.

O molho pomodoro, um clássico italiano, é logo um molho de tomates frescos semi-cozidos, previamente escaldados para retirada da pele e sementes. O molho pomodoro mais típico é  o "pomodoro al basilico", com folhas de manjericão, mas diversas variações existem dependendo da disponibilidade ou não dos ingredientes nas regiões em que se originaram.

É claro que temos em quaisquer estabelecimentos de comércio alimentício os extratos e molhos já prontos, mas acreditem que fazer este molho simples, com tomates frescos é realmente um pequeno e diferenciado prazer...

INGREDIENTES (para quatro a seis pessoas):
Para o molho pomodoro
  • 06 a 08 tomates maduros
  • 01 cebola
  • 02 dentes de alho
  • Azeite de oliva quanto baste
  • Sal e pimenta do reino negra a gosto
  • Açúcar quanto baste
  • 01 molho pequeno de manjericão
Para a massa:
  • 500 g de espaguete grano duro;
  • Água fervente e salgada em quantidade suficiente para cozinhar a massa
  • Parmesão ralado a gosto
  • Ervas secas a gosto
  • Azeite a gosto
PREPARO:

Faça em todos os tomates, um corte superficial em cruz, em uma de suas extremidades para facilitar a retirada das peles. Em uma panela aqueça água suficiente para imergir os tomates. Quando a água estiver fervendo, coloque todos os tomates na panela, deixe lá por um a dois minutos. Retire-os e coloque-os em um recipiente com água fria. 

As peles poderão ser completa e facilmente retiradas com uma pequena faca. Depois de retirar a pele dos tomates, corte-os retire completamente as sementes. Coloque-os então sem sementes num recipiente e reserve.

Aqueça uma panela com um fio de azeite e refogue a cebola e o alho. Em seguida, coloque os tomates cortados em cubos na panela. Deixe refogar por alguns minutos. Adicione água e misture, deixe levantar fervura. Acerte então o sal e a pimenta do reino a seu gosto. Experimente. Salpique uma ou duas pitadas de açúcar para quebrar a acidez do tomate, caso seja necessário. Deixe reduzir em fogo baixo.

Enquanto isso pique algumas folhas de manjericão e amasse-as com um socador junto de uma pitada de sal. Isso vai fazer com que se solte um sumo, que deverá ser adicionado ao  molho de tomate, dando mais sabor e aroma. Quando estiver na consistência desejada, prefiro não muito espesso. Retire do fogo, tampe e deixe assim por 5 minutos, isso vai fazer com que o sabor de todos os ingredientes se misture. É o segredo do aroma e do sabor do molho.

Ferva uma quantidade suficiente de água com sal para cozinhar o macarrão. Com a massa al dente a transfira para panela em que está o molho, salteie ou misture. Sirva quente, salpicado com parmesão ralado e as ervas secas, tudo regado por um bom azeite.




PENNE AO RAGU DE RABADA


A rabada é um prato muito comum e apreciado nas nossas terras tupiniquins, mas de origem  européia, creiam... 

Ela deriva da "oxtail soup"  inglesa e da sopa de rabo de boi de Portugal.  Ela  consiste basicamente em um guisado da cauda do boi, o popular rabo, em que são adicionados verduras e legumes, além de temperos frescos e secos.  A rabada é também um prato de paciencia, já que o tempo de cozimento é longo.

A rabada tradicionalmente é acompanhada de arroz, polenta, angu, batatas cozidas e agrião. Não é incomum que com a rabada seja feito também um ragu, que é um tipo de molho espesso e encorpado. 

INGREDIENTES (para quatro a seis pessoas):
Para o ragu:
  • 01 kg de rabo de boi limpo e cortado em pedaços
  • 02 cebolas grandes grosseiramente picadas
  • 04 dentes de alho amassados
  • 01 lata de tomate pelado
  • 03 folhas de louro
  • 01 colher de sobremesa rasa de curry
  • 01 colher de sobremesa rasa de colorífico
  • Azeite quanto baste
  • Sal e pimenta do reino negra agosto
Para o penne:
  • 500 g de penne grano duro
  • Quanto baste de água fervente salgada para cozimento da massa

PREPARO:

Tempere os pedaços do rabo com sal e pimenta do reino a gosto, regados por uma boa quantidade de azeite. Aqueça uma panela de pressão com um fio de azeite e refogue a cebola e o alho. Doure a seguir os pedaços de rabo. 

Adicione água em quantidade suficiente para cobrir todo o conteúdo na panela. Adicione o curry, o colorífico e as folhas de louro. Espere até que se levante fervura e tampe a panela. Deixe cozinhar na pressão, em fogo alto, por cerca de sessenta minutos.

Retire os pedaços do rabo do líquido resultante do cozimento e reserve.O rabo deverá estar muito cozido, para facilitar o desprendimento da carne dos ossos. Desfie grosseiramente os pedaços. Reserve. O líquido deverá ser coado e também reservado.

Em uma outra panela aquecida, adicione o líquido que foi coado, a carne do rabo desfiada, a lata de tomate pelado, com eles picados, e a mesma quantidade de água. Deixe levantar fervura e cozinhar lentamente em fogo baixo por cerca de mais trinta a quarenta minutos. Se necessário corrija o tempero. O molho deverá ficar espesso. Mexa sempre que necessário para que não agarre no fundo e vá adicionando um pouco de líquido à medida que o volume for reduzindo.

Enquanto o ragu tome a sua consistência, ferva uma quantidade de água salgada suficiente para o cozimento da massa. Com a massa al dente, reserve.

Sirva a massa com uma boa quantidade do molho, salpicada com salsa desidratada e regada por um bom azeite.










CONTRA-FILÉ IDEAL

Afinal de contas, o que é carne maturada? Maturação é o nome de uma técnica de processamento dos cortes de carne por meio de refrigeração. Busca-se com esse processo a melhoria da textura e do sabor da carne. Utiliza-se a embalagem à vácuo, para conservação da peça que, se mantida sob refrigeração correta, pode ser preservada com manutenção de suas características por até 30 dias.

O ideal do uso desse processo é com carnes consumidas como bifes, com preparação rápida que necessitam de pouco tempo de cozimento, para que mantenham a suculência e a textura que o processo fornece, como em churrascos ou em grelhas. Mas optei por utilizar um processo de cocção da peça inteira, de forma mais lenta e gradual, com o tempero da peça sendo realizado de véspera, na forma de uma marinada, pra que ela mantivesse a suculência que a maturação forneceu: O Contra-Filé Ideal.

INGREDIENTES (para cerca de seis pessoas):
  • 01 peça de cerca de 01 kg de contra-filé maturado
  • 100 g de bacon defumado picado
  • 01 cebola grande picada
  • 02 dentes de alho amassados
  • Sal e pimenta do reino negra a gosto
  • 01 litro de caldo de carne
  • 01 colher de sopa rasa de curry
  • 02 folhas de louro
  • 500 ml de cerveja
  • Azeite quanto baste

PREPARO:

Inicie na véspera. Faça furos na peça e introduza os pedaços de bacon, tempere então a peça com sal e pimenta do reino a gosto. Coloque-a em um recipiente com a cebola picada, o alho amassado e as folhas de louro, tudo regado por uma boa quantidade de azeite. Despeje a cerveja e adicione o curry. Deixe marinar por cerca de oito horas, sob refrigeração, lembrando-se de que na metade deste tempo, deve-se virar a peça.

No dia seguinte aqueça o caldo de carne e deixe até que se inicie a fervura. Em uma panela aquecida com com um fio de azeite, sele todos os lados da peça, deixando-a com o lado da gordura para cima. Adicione a seguir o líquido da marinada e deixe até que se levante fervura. A partir de então, vá adicionando o caldo de carne, até que 2/3 da peça fique coberta. Deixe que ela cozinhe então, por cerca de sessenta a noventa minutos, completando sempre que necessário o caldo de carne. Durante este processo de cocção deve-se virar a peça para que o líquido penetre por igual e a cocção se faça uniformemente.

Este é um processo de cocção lento e gradual. Você deve estar atento para quando a carne atingir o ponto de seu gosto. A peça deverá então ser retirada, deixando-a descansar por uns dez minutos, para facilitar seu corte. Deverá ser fatiada em bifes. O líquido resultante da cocção poderá ser coado e reduzido para confecção de um molho.

Fiz uma complementação do prato com um arroz a piamontese e harmonizado com um Bordeaux, o Chateau La Grande Chapelle, 2010, uma boa relação custo-benefício. De coloração rubi, sendo ao nariz percebidos toques de frutas vermelhas e chocolate, tendo taninos finos e acidez moderada com um final de boa persistência.


sábado, 17 de agosto de 2013

THE GREATEST BLUE SHARK

Os cações azuis, ou tubarões-azuis (“blue sharks”), estão entre as espécies mais comuns e bem distribuídas nos oceanos, sendo normalmente vistos no alto-mar e, em certas ocasiões, em águas costeiras. Eles são famosos pela sua capacidade migratória.

São peixes de pesca esportiva e alvos de muitos pescadores. Mas a verdadeira ameaça a eles vêm dos barcos de pesca comercial, que podem apanhar cerca de 20 milhões de tubarões-azuis por ano. Grande parte das barbatanas utilizadas nas sopas que são muito apreciadas na cultura oriental, vêm desta espécie.

O corte de lombo desta espécie tem como principal vantagem o fato de não conter espinhas. No seu processo de descongelamento ocorre a liberação contínua de um líquido viscoso, rico em proteínas, sais minerais e outras substâncias responsáveis pelo aroma e suculência da iguaria.

Sua carne extremamente macia e de sabor leve, é muito versátil, podendo ser utilizada em praticamente qualquer tipo de preparo, sendo os mais comuns os ensopados. Optei por fazer uma preparação cozida em forno médio, para um almoço leve de final de semana.
INGREDIENTES (para três a quatro pessoas):
  • 500 g de lombo de cação
  • 01 limão siciliano
  • 01 colher de sobremesa rasa de curry
  • 01 cebola roxa grande grosseiramente picada
  • 02 dentes de alho amassados
  • 01 talo de alho-poró picado
  • 01 talo de salsão picado
  • 01 pimenta dedo-de-moça picada
  • 03 ramos de alecrim fresco 
  • Sal e pimenta do reino branca a gosto
  • Azeite quanto baste

PREPARO:

Comece preparando a marinada. Em um recipiente, adicione a cebola, o alho-poró, o salsão e a pimenta dedo-de-moça picados, o alho amassado, uma boa quantidade de azeite, o sumo de um limão siciliano e o curry. Misture. 

Adicione então o lombo de cação,  temperado a gosto com sal e pimenta do reino branca, espalhando bem, em toda as suas superfícies, o líquido da marinada. Salpique por fim as folhas de alecrim. Deixe descansando, sobre refrigeração, por cerca de trinta minutos.
Em uma assadeira, leve o cação e o líquido da marinada ao forno, em fogo médio, por aproximadamente 30 minutos. Na metade deste tempo, vire o lombo, para que ele asse por igual  seus dois lados.

Servi acompanhando de  arroz branco e com um refogado de abobrinha com linguiça toscana, harmonizados com uma cerveja do tipo Lager americana.







terça-feira, 6 de agosto de 2013

CORPUS CHRISTI

Pão... O alimento mais básico...

A panificação é uma das artes culinárias mais antigas. Há registros que desde os anos anos 8000 a.C a 600 d.C, o pão já era elaborado na mesopotâmia. Tinha um formato oval e achatado e era produzido rusticamente através da trituração dos grão que o compunha. Estes grãos eram então misturados com água e deixados sobre pedras, onde levedavam de forma muito grosseira. Foi na cultura egípcia que o pão se transformou. Nessa época a fermentação da ccer4veja e o desenvolvimento de modelos primários de pedras moedoras, aproximaram o pão daquilo que conhecemos hoje.

Os componentes básicos da iguaria são a farinha de trigo, sal, água e o fermento. Em cada cultura o preparo do pão incorporou sabores e processos, criando uma miríade de tipos e sabores, tanto que as maiores escolas de gastronomia têm chefes com formação específica nesta arte.

Em fase que estou de  tentar desenvolver novas competências, arrisquei preparar um "pãozinho de cebola"...

INGREDIENTES:

  • 01 cebola grande picada 
  • 01 xícara chá de leite morno 
  • 01 xícara chá de óleo  de canola
  • 01 pitada de sal 
  • 01 pitada de açúcar 
  • 04 ovos 
  • 50g de fermento para pão 
  • 01 kg de de farinha de trigo 
  • Ervas secas a gosto (usei alecrim e tomilho)

PREPARO:

Em um processador de alimentos, ou liquidificador, adicione a cebola, o leite, o óleo, o sal, o açúcar, três dos quatro ovos e o fermento . Processe.

Em uma bancada ou superfície lisa espalhe a farinha de trigo, faça um buraco no meio do montante e adicione o conteúdo processado. Vá misturando com as mãos gradualmente, para que toda a massa absorva por igual o líquido. Sove a massa até que ela assuma uma consistência homogênea e solte com facilidade dos dedos.

Coloque então a massa em um assadeira  e a deixe descansar coberta por um pano de algodão levemente úmido por cerca de trinta minutos. Pincele por sobre a massa o ovo que restou (que deve ser levemente batido antes) e salpique com as ervas.

Leve ao forno médio pré-aquecido por cerca de trinta e cinco minutos. Observe o crescimento e a cor que a masa assumirá. assim que sua superfície assumir um aspecto acobreado e pequenas rachaduras aparecerem, ele estará quase no ponto. Você pode testar o ponto, espetando um palito na massa e verificando se ele sairá úmido.






Como antepasto ou como uma refeição intermediária, acompanhado de um bom azeite ou de uma boa manteiga...